segunda-feira, fevereiro 23, 2009
Hoje dei uma volta à minha caixa de email e desenterrei uma série de coisas, como o texto abaixo, que remonta a 2007. Creio que não o postei na altura porque não me quis chatear ainda mais...
"Estou farta da conversa acerca de os homens e as mulheres comunicarem de formas distintas, de utilizarem partes do cérebro de forma diferente e daí não perceberem as formas subtis de linguagem (não concordo que sejam subtis) das mulheres. Não há nada de subtil em deixar de falar durante um jantar inteiro ou em ser ríspida numa resposta.
Temos sempre que explicar tudo aos meninos. Porque eles são diferentes, porque não percebem, coitadinhas das criancinhas. Não percebem quando cometem erros, não sabem que os estão a cometer e nós temos que os levar pela mãozinha, percorrer o caminho de volta com eles, e mostrar-lhes as pequenas setas vermelhas e rosa-choque em néon que eles, coitadinhos, não viram.
Não me lixem. Sabem perfeitamente que se faltam a um jantar, ou chegam atrasados, ou se esquecem de um aniversario (não incluo aqui casais que previamente discutiram as regras do jogo) é natural que aborreçam alguém. Trata-se de uma questão de bom senso, de educação que as vossas mães, estou certa, vos deram. É uma questão de saírem das vossas posições de poder, adquiridas com centenas de anos de uma hierarquia patriarcal, e calçarem os sapatos de alguém que também dispendeu do seu tempo para fazer algo por vós. Tal como se um colega de trabalho espera que não faltem a uma reunião vocês, com certez,a o compreendem. Tal como se é o aniversário do vosso Pai, ele gosta de ouvir a vossa voz, e vocês a dele.
Não me venham tão pouco com a conversa de que os homens precisam de ser ensinados. Vocês não são cães de estimação que precisam de ser treinados para ir fazer xixi à rua. Esta é uma teoria que me irrita particularmente, porque não só se colocam propositadamente num papel de aparente inferioridade, deixando-nos como mestras de sabedoria e poder, como acham que nós somos parvas o suficiente para acreditarmos nisto. Portanto vocês percebem matemática, trigonometria, falam 3 línguas, e tem um MBA feito mas, surpresa, a linguagem humana não-verbal é demasiado complicada para vocês. Coitadinhos, eu sei, é difícil, mas nós ajudamos, deixem-se estar, nés adaptamo-nos à vossa deficiência mental e vamos falar 3 decibéis mais alto, com gestos, e sem muitos advérbios ou conjunções no pretérito imperfeito. O caralho.
Quando não há vontade de ambas as partes para fazer um esforço de entendimento comum, quando uma das partes tem q estar a ensinar constantemente a outra, geram-se inevitavelmente desconfortos. Nós não queremos ter que estar a dizer a que horas vocês tem que chegar, ou quando e que devem ir connosco jantar fora, porque era suposto celebrarmos alguma coisa. Se vocês acham que não há nada a celebrar, então não há mesmo. E nenhuma língua que vos possamos ensinar vos vai fazer perceber."
Temos sempre que explicar tudo aos meninos. Porque eles são diferentes, porque não percebem, coitadinhas das criancinhas. Não percebem quando cometem erros, não sabem que os estão a cometer e nós temos que os levar pela mãozinha, percorrer o caminho de volta com eles, e mostrar-lhes as pequenas setas vermelhas e rosa-choque em néon que eles, coitadinhos, não viram.
Não me lixem. Sabem perfeitamente que se faltam a um jantar, ou chegam atrasados, ou se esquecem de um aniversario (não incluo aqui casais que previamente discutiram as regras do jogo) é natural que aborreçam alguém. Trata-se de uma questão de bom senso, de educação que as vossas mães, estou certa, vos deram. É uma questão de saírem das vossas posições de poder, adquiridas com centenas de anos de uma hierarquia patriarcal, e calçarem os sapatos de alguém que também dispendeu do seu tempo para fazer algo por vós. Tal como se um colega de trabalho espera que não faltem a uma reunião vocês, com certez,a o compreendem. Tal como se é o aniversário do vosso Pai, ele gosta de ouvir a vossa voz, e vocês a dele.
Não me venham tão pouco com a conversa de que os homens precisam de ser ensinados. Vocês não são cães de estimação que precisam de ser treinados para ir fazer xixi à rua. Esta é uma teoria que me irrita particularmente, porque não só se colocam propositadamente num papel de aparente inferioridade, deixando-nos como mestras de sabedoria e poder, como acham que nós somos parvas o suficiente para acreditarmos nisto. Portanto vocês percebem matemática, trigonometria, falam 3 línguas, e tem um MBA feito mas, surpresa, a linguagem humana não-verbal é demasiado complicada para vocês. Coitadinhos, eu sei, é difícil, mas nós ajudamos, deixem-se estar, nés adaptamo-nos à vossa deficiência mental e vamos falar 3 decibéis mais alto, com gestos, e sem muitos advérbios ou conjunções no pretérito imperfeito. O caralho.
Quando não há vontade de ambas as partes para fazer um esforço de entendimento comum, quando uma das partes tem q estar a ensinar constantemente a outra, geram-se inevitavelmente desconfortos. Nós não queremos ter que estar a dizer a que horas vocês tem que chegar, ou quando e que devem ir connosco jantar fora, porque era suposto celebrarmos alguma coisa. Se vocês acham que não há nada a celebrar, então não há mesmo. E nenhuma língua que vos possamos ensinar vos vai fazer perceber."
Gosto particularmente da parte: "O car@lho."
